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Dizem que um bom vinho fica ainda melhor com o passar dos anos, mas será mesmo que a máxima é verdadeira? Para que você possa desfrutar das seus rótulos favoritos sem surpresas desagradáveis, o blog conversou com o sommelier internacional Rodrigo Bertin, que traz todas as dicas para fazer o armazenamento correto dos diferentes estilos da bebida.

“Podemos dizer que isso de melhorar com o tempo não é uma verdade absoluta. 80% dos vinhos que encontramos no mercado não são vinhos de guarda, são vinhos para consumir agora. Os de guarda são aqueles mais encorpados, tanto de corpo quanto de álcool, que tendem a ficar mais equilibrados com a passagem dos anos – eles perdem um pouco da potência, que fica amenizada e homogênea,  resultando em uma bebida mais gostosa e com complexidade. Para reconhecermos, uma das variantes é a graduação alcoólica, que geralmente é acima dos 13,5%, e valor mais alto, porque são feitos com uvas mais concentradas que dão bastante estrutura, como os grand reserva”, explica.


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O tempo ideal

Comprou um vinho que não é grand reserva ou muito encorpado? Calma, a data de validade – quando o armazenamento é correto – não é tão pequena assim. “Os vinhos que devem ser consumidos mais rápido são os espumantes e rosés – são cerca de dois anos, salvo algumas exceções, como os verdadeiros champagnes. Já os brancos podem ser consumidos em cerca de três anos e os tintos convencionais dentro de cinco anos, no máximo, porque eles já estão bons e não vão melhorar com o tempo”, indica.


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Armazenando corretamente

Você certamente já ouviu que vinhos devem ficar deitados ou virados para baixo – uma crença que não está errada: “Os espumantes e os de rosca podem ser guardados em pé tranquilamente, contanto que estejam em um local abrigado de sol e com pouca incidência de luz. Os que têm rolha devem ser guardados deitados para que ela não resseque e se parta na hora de abrir ou deixe o líquido em contato com o oxigênio, o que oxida o vinho”.


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Uma ajudinha da adega

De acordo com o especialista, um dos pontos mais importantes para a conservação do seu vinho é mantê-lo sob uma temperatura constante (sem variar para cima ou para baixo), um cuidado que fica muito mais prático e fácil com a ajuda de uma boa adega. “Eu costumo aconselhar que você não coloque uma temperatura muito alta para não forçar demais o equipamento. Se você quer deixar pronto para consumo, ajuste para cerca de 18°C, o suficiente para degustar. Mas o ideal mesmo, e o que eu costumo usar, é 21° C, colocando alguns minutos na geladeira antes de servir”, aconselha.

E depois de aberto?

Já abriu o seu vinho? Calma, você não precisa consumir a garrafa toda por medo de estragar: “A partir do momento que você abre a garrafa o processo de oxidação começa, então tudo o que fizermos para vedar a entrada de ar é útil. A primeira opção eficiente é usar aquelas bombinhas que retiram o ar da garrafa, e a segunda é rolhar e manter de pé, sem deitar para não aumentar o contato com o ar. Mantenha refrigerado e você vai conseguir desfrutar. O branco vai permanecer bom por cerca de dois dias, e o tinto entre três e cinco dias. Já o vinho do porto pode ser mantido por até um mês por ter uma concentração alta de álcool e açúcar”.