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Já pensou em transformar a sua paixão por games em profissão? Essa é a especialidade do CNB e-Sports Club, um dos clubes de jogos online mais tradicionais da América Latina, que está realizando uma peneira em busca de novos talentos em parceria com a Fast Shop. O blog conversou com Carlos Junior, CEO e Fundador do CNB, para conhecer um pouco mais desse mercado em ascensão mundial. 

O CNB começou em 2001 como uma equipe de Counter-Strike, participando de campeonatos online e ajudando a difundir o jogo no país. A popularidade foi crescendo, os títulos se acumulando e o que era apenas brincadeira foi se tornando um negócio sério. Mais do que um time, ele se transformou em uma verdadeira escola para treinamento de novos talentos, focada em transformar gamers em profissionais e encaminhá-los para ligas de sucesso. Tudo acontece dentro da CNB Arena, um espaço pensado para todos que amam esportes eletrônicos, com computadores especiais, telão para exibição de partidas, lanchonetes e capacidade para 150 pessoas. 

 

gamesO processo de profissionalização do time começou em 2008. O que mudou?
C.J: o nosso hobby era ir para a lan house e jogar entre irmãos, mas quando tudo começou a crescer nós começamos a entender alguns modelos de negócios e resolvemos trazer isso para o time. Nós nos baseamos principalmente nos clubes de futebol brasileiros e como eles eram geridos. A primeira coisa que concluímos é que precisávamos ter os melhores jogadores dentro de cada categoria para atrair público e assim tirar nossos projetos do papel,e foi isso que fizemos.

Vocês começaram com o Counter-Strike, mas isso mudou ao longo dos anos. Por que a mudança para o League of Legends (LoL)?
C.J: nós chegamos a ter 13 modalidades que nos renderam títulos nacionais e internacionais bastante importantes (como a medalha de ouro na Final Sul-Americana de KODE5, o segundo lugar no ESWC Global Finals de Guitar Hero, o segundo lugar no Campeonato Brasileiro de League of Legends e o primeiro lugar no Campeonato Latino-americano de League of Legends). Em 2013, com a chegada do LoL ao Brasil, nós fizemos uma transição e começamos a focar nele. Isso porque a RIOT Games (desenvolvedora do título) abriu um escritório no país e trouxe os seus campeonatos para solo nacional – não só classificatórios, como acontecia com os demais games, mas campeonatos de fato. 


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Quando o CNB deixou de ser um time para se tornar um centro de treinamento?
C.J: podemos dizer que estamos em uma nova transição. Nós operamos os times profissionais até o ano passado (2019), e agora partimos apenas para a área educacional com a formação de times de base. Nós já realizávamos esse trabalho de treinar, revelar e encaminhar novos talentos para a área profissional há cinco anos, já tivemos mais de 50 mil inscrições, e agora estamos focados totalmente nele. 

Nós vemos cada vez mais eventos de games surgindo no país, como o Game Lab, promovido pela Fast Shop. Qual a importância disso para o cenário gamer?
C.J: esse tipo de evento ajuda muito a comunidade gamer, porque difunde os e-sports e aumenta o interesse do público. O mundo está todo mais online, com números de jogadores só aumentando, e os eventos estão expandindo muito esse mercado. Com mais gente descobrindo os games, mais novos talentos. 

Como funciona a peneira para a CNB?
C.J: todos os participantes passam por um processo seletivo de quatro fases. Na primeira, os candidatos fazem uma prova escrita, como um vestibular. A segunda são desafios práticos. Nós então somamos as duas notas, e quem passar vai para a terceira fase, que é um campeonato, e para a quarta, que é uma rodada de entrevistas. Ao final, nós selecionamos 30 pessoas entre homens e mulheres com idade a partir de 13 anos completos, divididos em três categorias (iniciante, intermediário e avançado). 

O que é preciso para se inscrever na peneira? Todos podem participar?
C.J: sim, a idade mínima é de 13 anos, mas não temos uma idade máxima. O ideal é que a pessoa já tenha alguma familiaridade com o LoL ou jogos MOBA (arena de batalha multijogador online, em tradução livre), mas se você não tiver e quiser tentar, é possível usar o tempo de inscrições para fazer cursos e começar a praticar. Ao se inscrever, o candidato ganha três aulas grátis. Quem passa na peneira entra em um treinamento intensivo com treinador duas ou três vezes por semana, e ao final desse período quem estava no avançado é encaminhado para um time profissional, enquanto os demais sobem de categoria. 

Qual o seu conselho para quem quer se tornar um gamer profissional?
C.J: se você tem vontade de ser um profissional, corra atrás do sonho, porque a parte difícil de desbravar esse mercado já aconteceu. Agora é mais estável viver disso, existe um plano de carreira e não é mais algo inseguro. Há 10 anos a profissão era muito amadora, mas ela evoluiu, se tornou maior e para a próxima década podemos esperar um crescimento ainda maior e acelerado, talvez vendo gamers tão valorizados quanto jogadores de futebol. Minha maior dica, hoje, é para os pais. Muitas vezes eles não investem ou têm certo preconceito porque não conhecem ou entendem o mercado gamer, mas se o seu filho gosta de jogos, vale muito a pena investir nisso como uma carreira e passar a olhar o tempo gasto online de maneira diferente.