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Uma relação saudável com o dinheiro não se constrói do dia para a noite – pelo contrário, para não sofrer na vida adulta, o melhor caminho é começar a educação financeira desde cedo. Quer guiar o seu filho pelo caminho certo, mas não sabe por onde começar? O blog traz as dicas.

A idade ideal

As crianças começam a ter uma noção de números desde antes do início da vida escolar, então é possível trabalhar conceitos básicos já na primeira infância. “Elas têm contato com os pais e observam eles trocando o dinheiro por compras, então existe uma lição preliminar de que tudo o que temos à disposição precisa ser adquirido. A partir dos três ou quatro anos podemos começar a lidar com essa questão de maneira mais clara e através de atividades lúdicas, como brincar de mercadinho ou de banco imobiliário”, explica a psicopedagoga Luciana Brites.

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A mesada

A mesada é uma das aliadas mais poderosas na educação financeira, já que passa conceitos importantes como valor, economia e autonomia de compra. “Ela deve ser utilizada após os seis anos e a ideia é que o seu filho administre esse valor sozinho. Isso é bem importante para que tenha um contexto didático, ensinando a criança a trabalhar com economia e ter objetivos para aprender a privar algumas vontades em benefício de outras. É ótimo que os pais deixem que ela defina algo que quer comprar e sigam ajudando a administrar o que ganha para conseguir, assim aprende-se a lição de que temos que abrir mão de algumas coisas em detrimento de outras”, indica.


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Premiar tarefas com dinheiro, vale?

Muitos pais utilizam a bonificação em troca de tarefas realizadas na casa, o que ajuda a entender como funciona um trabalho. No entanto, é preciso cuidado para que a lição não seja aprendida da maneira errada. “Você pode premiar a criança com uma quantia quando ela colabora em algo extra na casa, mas é importante saber como utilizar isso para que realizar os trabalhos domésticos não seja feito apenas por benefício monetário. Ela tem que entender que a cooperação é essencial em casa, e que o dinheiro só vem do que é além do esperado – por isso é bom ter uma mesada fixa. Passar de ano na escola é outra atividade que não deve gerar dinheiro, já que é uma obrigação”, aponta.

Assim como o prêmio por tarefas não é o melhor caminho, usar o desconto da mesada como um castigo também pode ser considerado um erro – embora muitos caiam nessa cilada: “Não é bom usar desconto de mesada como castigo, porque isso cria uma relação negativa entre comportamento e dinheiro. O dinheiro da mesada pode ter caráter de recompensa, mas não de chantagem, porque isso atrapalha bastante a educação financeira”.


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Economizem juntos

Tudo o que é feito em conjunto com os pais fica mais gostoso e divertido para a criança, então tornem o ato de guardar a mesada para aquele brinquedo uma tarefa “compartilhada”. “É legal que ela gerencie o dinheiro, mas que os pais também acompanhem os avanços e até façam juntos a escolha ou até a confecção do cofrinho, porque isso cria um caráter afetivo  e dá um toque lúdico”, completa.

Mesada x lanche

E o lanche da escola, entra para a mesada? Tudo vai depender do que é combinado entre vocês: “É interessante que os pais tenham claro o que faz parte da mesada e o que não faz. Se o lanche fizer parte, é importante conversar com as crianças para ter certeza de que elas estão comendo ao invés de usar menos para poder guardar. No geral, deixe os valores bem definidos do que é para a alimentação e do que é para ser guardado”.