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Pequenos balbucios, sílabas e aquela expectativa enorme para ouvir o primeiro “mamãe” – quando o assunto é a evolução do bebê, nenhum momento é tão esperado – ou celebrado – pelos pais quanto o início da fala. E o que muitos não imaginam é que eles têm um papel fundamental nesse desenvolvimento. Aprenda como estimular o seu pequeno desde cedo e fugir dos erros comuns que podem prejudicar o bom domínio.

Quando o meu filho deve começar a falar?

Embora não exista uma idade comum para todos, a fala deve respeitar algumas etapas dentro de um período máximo – saindo dos balbucios sem sentido para as primeiras sílabas perto dos 12 meses. “Mais para frente, com cerca de um ano e meio, o bebê deve começar a dizer as primeiras dissílabas com sentido. Quando os pais percebem que essa evolução está muito lenta, o primeiro passo é conversar com o pediatra para que seja feita uma investigação. Na maior parte dos casos o atraso não acontece por nenhum motivo muito preocupante, mas quanto antes pudermos corrigir os problemas, melhor”, explica a pediatra Marina H. Chicareli Carrari.


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Desde o nascimento

O estímulo é algo natural e acontece praticamente desde o nascimento, mesmo que de maneira tímida ou quase que imperceptível. “Nós precisamos falar para que a criança comece a assimilar os significados das palavras, o que acontece muito antes da capacidade de pronúncia. Diga os nomes de objetos com os quais ela tem contato, cante e aposte na leitura e manuseio de livrinhos, que são muito bacanas para aprender de um jeito gostoso e totalmente em contato com os pais”, indica.

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Intensificando o aprendizado

O bebê já começou a pronunciar sílabas, mesmo que sem sentido? Então é hora de dar mais atenção ao estímulo. “Nessa fase é importante falarmos bastante o nome dos objetos, porque é natural que a criança aprenda a nomear as coisas apenas pelo som que fazem (como o cachorro, que vira ‘au au’). Sempre que ela apontar para algo, nomeie aquilo. Outro cuidado é sempre tentar falar de frente para fazê-la entender a parte mecânica dessa fala – o mexer a boca de maneira coordenada para que a palavra saia”, aponta.


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As primeiras palavras

Quando as primeiras palavras começam a ser pronunciadas, é comum que o pequeno troque letras e cometa uma série de erros – o que não significa estimulá-los: “A troca de letras é natural e totalmente aceitável até os sete anos, mas é essencial falar corretamente com a criança. Nós podemos usar aquela voz infantilizada, mas sempre com o português o mais correto possível para que ela aprenda direito e leve isso para a vida. Não devemos dizer que está errado porque isso pode desestimular, mas devemos repetir a palavra pronunciada da maneira certa”.

Fuja dos erros

Um dos maiores dificultadores para a fala é a criação de um “alfabeto” próprio entre pais e filhos – uma atitude que pode parecer prática, mas que vai atrapalhar o desenvolvimento. “Nós vemos muito essa elaboração de dialetos da casa, como usar o ‘a’ para ‘água’, o ‘guti’ para ‘iogurte’, o ‘pepe’ para a chupeta e assim por diante. Por mais que vocês estejam se comunicando, se toda vez que a criança pede você reforça, ela acaba não aprendendo e não se interessando em falar de outra maneira. O ideal é entregar aquilo que foi pedido, mas sempre colocando a maneira certa de falar, respondendo ‘é a água que você quer?’ para confirmar e trazer a pronúncia que deveria ser usada”, aponta.

Acha que desenhos animados e filmes são uma boa pedida para aprender a falar? Então saiba que esse é outro equívoco comum: “As telas não ajudam a fala e podem até atrasar, porque a mistura de animação com sons diversos podem confundir a criança e ela não vai aprender a movimentar a boca. São uma forma de diversão, mas não vão substituir o conversar frente a frente”.