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Brincar é uma atividade que acompanha os seres humanos desde o nascimento até a vida adulta, e, acredite, ela vai muito além da diversão: as suas diferentes fases trazem grandes benefícios e aprendizados que são indispensáveis para um bom desenvolvimento. E para que o seu pequeno aproveite ao máximo, o blog te explica como lidar com cada uma.


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Brincadeira funcional

Pode não ficar tão claro, mas quando o seu bebê pega o pezinho ou move as mãozinhas ele está, na verdade, brincando! “A percepção e a atenção são a abertura de todos os aprendizados, e o corpo é o primeiro instrumento de contato da criança com o mundo para que ela possa entendê-lo melhor. Esse tipo de brincadeira tem seu ápice no primeiro aninho, e acontece de diversas formas – desde mover as perninhas até engatinhar”, explica a psicopedagoga Luciana Brites, fundadora do Instituto NeuroSaber.

E você, é claro, tem um papel fundamental nessas descobertas. “Esse é considerado o alicerce do desenvolvimento motor, e nós precisamos estimular. É importante deixar que o bebê viva essa fase de maneira adequada, colocando-o no chão para que possa rolar, e estimulando essa criança no banho sem utilizar brinquedos. Converse, aperte suavemente, segure e solte as mãozinhas – movimentos simples, mas que são muito valiosos”, indica. A massagem, aliás, é uma ótima ferramenta nessa fase, e você pode aprender a fazer aqui.


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A brincadeira solitária

Passado o primeiro aninho, os bebês ficam mais curiosos e passam a brincar com objetos externos – sejam brinquedos, roupinhas ou qualquer outro item encontrado pela frente. “Eles começam a explorar e manipular os objetos de diversas maneiras, colocando na boca, jogando, mexendo, e tudo com muito mais intensidade que antes. É nesse momento que eles vão dando funcionalidade para esses objetos e trabalham a propriocepção, ou seja, como interpretam os estímulos que estão a sua volta. Essa é a porta de entrada para muitos aprendizados, inclusive o escolar, e eles tendem a brincar sozinhos – sem se importarem muito com outras pessoas ou crianças”, conta.

Nessa fase, o mais importante é deixar que o pequeno toque e explore os brinquedos para só depois guiá-lo na maneira correta de usar – afinal, ele precisa desse estímulo e desse aprendizado de autonomia. “Os brinquedos aqui devem ser bem interativos, então podemos pensar nos blocos de madeira, nas peças grandes de Lego, nos brinquedinhos de encaixar, encher, mover de um lugar pra o outro e nos carrinhos de arrastar – são opções simples, mas muito significativas. Deixe que seu filho pegue e manuseie livremente (inclusive jogando), e só depois sente-se ao lado e ajude, falando sobre as sensações – se o objeto é duro, macio, áspero – e utilizando juntos. Além de estimular a brincadeira, isso vai modelando o vocabulário da criança, que começa escutando antes de partir para a fala”, aponta.


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Brincadeira observativa

Essa terceira fase da brincadeira costuma começar por volta dos três anos, no entanto, é válido saber que não existe uma idade para acabar e que não é um hábito incomum. “Esse é o momento de observar. Apesar de ter interação, ou seja, prestar atenção nos pais e até pegar algo quando é entregue, a criança geralmente não entra na brincadeira. Isso acontece porque nós possuímos o chamado neurônio espelho, que nos faz ativar as mesmas áreas do cérebro que usaríamos se estivéssemos fazendo uma atividade sem de fato fazer, apenas olhando para o outro. Enquanto observa, ela está criando estratégias de como poderá brincar com aquilo e está criando um juízo, e é importante respeitar isso”, esclarece.


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Brincadeira paralela

Com o passar do tempo, é comum que as crianças queiram brincar perto uma das outras – no entanto, até os cinco anos isso não significa necessariamente interagir. “Elas ainda não conseguem se entender direito porque a comunicação não está avançada, então brincam por aproximação: primeiro observam e depois começam a trabalhar para entender e imitar o que o outro está fazendo. Essa fase costuma acontecer junto da observativa e é bem bacana, porque mostra que estão tentando pertencer ao grupo. É interessante que os pais não forcem a brincar e conversar com o outro, e que ofereçam brinquedos e brincadeiras mais imaginativos, já que este é o momento do faz de conta e de imitar a realidade. Boas escolhas são os bonecos, super-heróis e massinhas”.


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Brincadeira cooperativa

A última fase é a que envolve interação e diversão em grupo, uma ótima oportunidade para aprender a conviver bem e até a desenvolver melhor a comunicação. “Depois dos cinco ou seis anos a criança começa a sair do egocentrismo e começa a querer se divertir em grupo. Esse tipo de brincar exige um nível maior de elaboração mental porque é preciso assumir papéis, criar regras e fazer com que o outro entre naquela brincadeira – é necessário colaborar. É um momento muito especial para trabalhar limites, empatia, respeito, poder argumentativo e até lidar com frustrações, porque é aqui que se aprende a perder. Para os pais, o mais importante é não interferir na maneira como os filhos e amiguinhos negociam as regras de seus jogos e que deixem que resolvam impasses sozinhos”, esclarece. Aqui, o mais bacana é investir em jogos de tabuleiro e outras atividades que possam ser feitas em conjunto.