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Faz pouco tempo, muita gente torcia o nariz para os documentários, considerados monótonos e didáticos. Felizmente, o gênero se transformou radicalmente nos últimos anos e hoje é sucesso de crítica e de público.
Essa popularização se deve, em grande parte, ao investimento de plataformas de streaming em documentários ágeis e com histórias envolventes.
Para você aproveitar o que há de melhor no gênero, o blog selecionou 5 séries documentais imperdíveis no catálogo da Netflix.
Gênio Diabólico
Foto: Divulgação/Netflix
Em 2003, um crime chocou os Estados Unidos. O pacato entregador de pizza Brian Wells, de 46 anos, assaltou um banco na cidade de Erie, na Pensilvânia, com a ameaça de ter uma bomba presa ao pescoço.
Minutos depois, ao ser rendido e algemado pela polícia, ele alegou ser uma vítima – sequestradores teriam amarrado o explosivo ao seu corpo e o forçado a cometer o crime. Sua vida estava em risco caso não seguisse à risca as instruções dos criminosos.
Subitamente, bipes em ritmo crescente foram ouvidos. O entregador de pizza pedia socorro, mas era tarde demais. Diante de várias câmeras de TV, a bomba presa ao seu pescoço foi detonada, matando-o violentamente.
No carro de Brian Wells, foram encontradas instruções para localizar chaves, espalhadas pela cidade, que desarmariam o explosivo.
Quem estaria por trás desse plano diabólico? Wells era mesmo uma vítima ou foi cúmplice de um elaborado crime que acabou dando errado?
O documentário segue de perto as investigações do FBI e da polícia local na tentativa de montar esse quebra-cabeça perverso.
A narrativa é tão eficiente que fica difícil não assistir aos quatro episódios de uma vez só. Imperdível.
Cooked
Foto: Divulgação/Netflix
Os quatro elementos essenciais – fogo, água, ar e terra – são os pontos de partida desta série documental que aborda a relação histórica dos seres humanos com a alimentação.
Até chegar aos tempos modernos, houve uma longa jornada. Cozinhar com o fogo, por exemplo, nos poupou do esforço de mastigar a comida crua durante horas. Já a invenção de potes e panelas capazes de suportar altas temperaturas ampliou o nosso cardápio, que passou a incluir itens como sopas e cozidos.
Aos poucos, novos sabores e aromas tornaram a alimentação em uma arte prazerosa que vai além da mera subsistência –uma característica exclusivamente humana.
Toda essa viagem histórica, salpicada com imagens de cair o queixo, tem um propósito claro: nos convidar a voltar às raízes e cultivar uma relação de amor com a comida.
Wild Wild Country
Foto: Divulgação/Netflix
Na década de 60, o guru indiano Rajneesh atraiu seguidores leais com seus ensinamentos sobre meditação, amor e autoconhecimento. Não demorou para que sua filosofia atravessasse as fronteiras da Índia e despertasse curiosidade em jovens no Ocidente.
As ideias a respeito de libertação – inclusive sexual – e rejeição à autoridade alimentavam o imaginário contestador do período. Por isso, a partir dos anos 70, homens e mulheres de diversas partes do mundo rumavam à Índia para viver em um retiro isolado da sociedade, liderado pelo guru.
Com a popularidade crescente, o movimento passou a incomodar as autoridades locais, que agiram politicamente para destruí-lo. A saída? Mudar-se para os Estados Unidos.
Em 1981, Rajneesh delegou à sua secretária pessoal, Ma Anand Sheela, a tarefa megalomaníaca de construir a comunidade, batizada de Rajneeshpuram, capaz de abrigar 7 mil pessoas em uma área isolada no estado de Oregon.
A presença dos seguidores do guru despertou a ira dos moradores da região, que recorreram a uma série de artimanhas jurídicas para expulsá-los do local. As animosidades se estenderam por anos, em uma batalha surreal que incluiu tentativas de assassinato, envenenamento em massa e o sequestro de moradores de rua.
Dividido em seis episódios, Wild Wild Country retrata, com narrativa dinâmica. os dois lados dessa história repleta de reviravoltas.
Brinquedos que Marcam Época
Foto: Divulgação/Netflix
Brinquedo é coisa séria: por trás desses objetos que povoam o imaginário infantil, há uma indústria bilionária, mentes criativas e histórias um tanto curiosas.
Os bastidores desse universo são revelados em Brinquedos que Marcam Época, série que analisa os sucessos que divertiram crianças no mundo inteiro.
Cada episódio dedicado a um único brinquedo, cuja história é contada de maneira ágil a partir de entrevistas, imagens de arquivo e comerciais da época.
Impossível não sentir nostalgia ao rememorar ícones inesquecíveis como os bonecos de Star Wars, He-Man, Lego e Barbie.
Making a Murderer
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No verão de 1985, Penny Beernsten foi agredida e estuprada violentamente enquanto fazia uma caminhada matinal à beira do lago Michigan, nos Estados Unidos. Em depoimento à polícia, ela relatou que o agressor era jovem, tinha cabelos loiros e barba farta – características semelhantes às de um arruaceiro da região, Steven Avery.
Com duas passagens pela cadeia, sendo uma por roubo e outra por ter queimado um gato vivo, seria natural que ele estivesse na lista de suspeitos. Mas a situação se agravou quando Penny o reconheceu como o executor do crime.
Avery declarou inocência, tinha um álibi sólido, sustentado por 16 testemunhas, e as evidências contra ele eram escassas. Ainda assim, foi condenado a 32 anos de prisão.
Em 2003, após cumprir 18 anos da pena, surge uma reviravolta. Um exame de DNA revela que Steven Avery era inocente – o agressor era, na verdade, um sujeito que havia cometido outros crimes dessa natureza e era fisicamente parecido com ele.
O equívoco desmoralizou a polícia, e Avery pediu uma reparação US$ 34 milhões pelos anos desperdiçados dentro da prisão.
Meses após sair da cadeia, ele e seu sobrinho, Brian Dassey, são acusados de assassinar a fotógrafa Teresa Halbach e condenados à prisão perpétua em um julgamento polêmico.
Em dez episódios, Making a Murderer aponta as inconsistências desse caso e denuncia os problemas crônicos do sistema judiciário norte-americano.