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Com o fim do aleitamento materno exclusivo e a introdução dos alimentos sólidos, é hora de se preparar para outro marco do desenvolvimento do seu pequeno: a transição para o copo. Um momento que alegra muito os pais, mas que também tem seus próprios percalços. Saiba como fazer de maneira tranquila e segura.

Quando trocar?

“Costumamos indicar que a criança vá para o copinho perto do um ano e meio para não ter nenhum problema odontológico e nem muscular na mandíbula por conta da sucção. Se ela só mama no peito e não usa a mamadeira, podemos ir direto para o copo, sem fazer esse passo intermediário”, explica o pediatra Sylvio Renan Monteiro de Barros, com especializações e títulos pela Unifesp/EPM, Sociedade Brasileira de Pediatria e General Pediatric Service da University of California.


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Escolhendo o copinho ideal

Escolher o copo nem sempre é uma missão fácil, isso porque não existe um tipo que seja melhor para todos. “Nós temos inúmeros modelos de transição – e a verdade é que cada criança responde melhor a um tipo e os pais precisam testar. Se ela apresentar dificuldades, eu indico começar com os que possuem bracinhos laterais, que são mais confortáveis, e depois ir para o copinho propriamente dito. É um exercício de paciência”, conta.

Seja qual for o modelo escolhido, o mais importante é encontrar produtos que sejam de confiança, e livres de agentes nocivos, como o BPA. “Ele também não deve ser de vidro, porque pode quebrar e machucar. Prefira modelos que sejam fáceis de segurar, em plástico rígido ou alumínio, e com bicos que não sejam iguais aos da mamadeira”, completa.


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Fazendo a transição

Muitas crianças sentem vontade de fazer a transição por verem os adultos utilizando copos tradicionais, mas isso não é regra: “Os pais geralmente têm muita expectativa e acabam passando isso para o filho, o que dificulta muito o processo. Ofereça e deixe que use ou não, sem ficar forçando ou repetindo que o copinho é melhor ou que ele precisa mudar. Para uma criança nessa idade, a atenção positiva e a negativa são iguais, então se você se preocupar demais em fazê-la beber vai acabar tendo o efeito contrário, o que é ruim para o desenvolvimento”, adverte.

No início, é válido colocar o copo como uma regra para água ou suco – uma maneira de ir acostumando o seu pequeno a beber e gostar do acessório. Lembre-se também de que vazamentos ou dificuldades em ingerir são normais, e que ele vai aprender com isso. “Nós temos pequenos acidentes, como molhar o sofá ou as roupas, e uma certa relutância, mas isso tudo é comum ao processo e bastante natural. Vai passar”, completa.

Ele rejeita o copo, e agora?

Se você está tentando há semanas ou meses e o seu filho continua resistente ao copo, talvez seja a hora de uma medida um pouco mais drástica – mas que também está longe de ser traumática: “Às vezes a mãe fica com receio de tirar a mamadeira de uma vez, mas ela está fazendo um bem enorme e nessa fase a criança se adapta muito bem à necessidade. Nós podemos dizer que a partir de agora só teremos o copinho. A criança vai relutar por alguns minutos, mas depois vai beber porque vai ter sede. Isso vai diminuindo ao longo dos dias até que a aceitação seja total”.