A Sagrada Família, em Barcelona, é uma das construções que mais impressionam devido ao conceito e à engenharia envolvida na sua sustentação. Já falamos aqui no Blog de projetos que unem concreto e natureza, mas agora vamos falar da arquitetura “biomimética”, que busca nos elementos naturais, como plantas e animais, a verdadeira inspiração para elevação de uma estrutura. No caso do templo espanhol, seu interior baseia-se na ideia de uma floresta que convida ao culto da religião, representada pelos conceitos inovadores propostos por Antoni Gaudí.


A princípio, em 1882, o projeto do templo foi atribuído ao arquiteto espanhol Francisco de Paula del Villar y Lozano, que começou a elevar uma construção neogótica. Em 1883, aos 31 anos, Gaudí, que foi ajudante de Villar em várias ocasiões, assumiu a frente do projeto e o modificou completamente, com exceção apenas da cripta, que já estava pronta. Em 1936, a construção foi suspensa por um incêndio causado pela Guerra Civil Espanhola, que destruiu boa parte dos planos e maquetes do arquiteto e obrigou um recesso de 8 anos.


Considerada uma obra-prima modernista catalã, a Sagrada Família, ao contrário do que muitos podem pensar, ainda não está pronta. A previsão é de que as construções tenham fim apenas em 2026, ano do centenário da morte de Gaudí, que dedicou 43 anos da sua vida ao projeto. A inovação do interior do templo fica por conta das colunas arborescentes inclinadas e das formas inspiradas em hiperboloides e paraboloides. Quando pronta, a igreja será a mais alta do mundo com 170 metros de altura e 18 torres, tudo isso distribuído em três Fachadas: a Natividade, a Paixão e da Glória.

Gaudí se dedicou tanto ao projeto que seus últimos 15 anos de vida foram habitados no templo. O arquiteto está enterrado na cripta e tem duas esculturas suas espalhadas pela igreja. O espaço é visita obrigatória para quem está de passagem por Barcelona. Para entrar, é preciso desembolsar uma quantia que vai de 15 a 29 euros — muito bem pagos!